Web série com o bartender Chris Carijó destaca as receitas e as histórias dos coquetéis clássicos, que surgiram durante a Belle Époque
Por Isabel Raia
No final do século XIX, a Europa foi tomada por ideias fervilhantes, com direito a inúmeras expressões artísticas e intelectuais. O cinema nascia, o impressionismo e a Art Nouveau ganhavam força e a cultura do divertimento se consolidava graças ao crescimento das cidades.
Os coquetéis, claro, também fizeram parte das mesas neste período batizado nos países europeus de Belle Époque. A revolução foi tamanha que o clima se estendeu também a outros locais. Nos Estados Unidos, por exemplo, foi batizado de Gilded Age; enquanto no Japão os anos de intensa modernização ganharam o nome de Era Meiji.
Então, pensando em contar mais dessa história, nasceu a web série Clássicos do Belle Époque, uma produção do FeedMe Channel com o bartender Chris Carijó, do bar que leva o nome daqueles anos dourados da Europa. “Escolhemos drinques que representem a Belle Époque e a nossa carta, já que o bar trata justamente deste período”, conta Chris.
Assim, o bartender compartilhou a receita, a história e muitas dicas de coquetéis, como o Turf Club. Feito com gim e vermute, esse drinque fez muito sucesso, principalmente, nos clubes de Nova York.
Receita do Turf Club
60 ml de gin
30 ml de vermute rosso
3 dashes de chuncho bitter
1 Cereja amarena
Também com gim, porém com um toque adocicado do damasco, o Angel Face teria nascido no Dia da Paz, quando a Inglaterra comemorou o fim vitorioso na I Guerra Mundial.
Receita do Angel Face
30ml de gin
30ml Calvados
30ml Apriccot brandy
2 damascos
Gelo
Feito com creme de violeta, o clássico Aviation esbanja notas florais e aromáticas, bem como frescor.
Receita do Aviation
60ml de gin
10ml de licor Marasquino (licor de cereja)
15ml de suco de limão siciliano
10ml de creme de violeta
1 cereja amarena
Gelo
Com quatro episódios, a web série destaca a coquetelaria brasileira no último vídeo. É que Chris aproveitou para compartilhar uma receita autoral, o Rabo de Galo Carijó. “O rabo de galo nasceu nos anos 1960, época conhecida como a Belle Époque brasileira”, conta ele.
Receita do Rabo de Galo Carijó
60ml de Infusão de Cachaça, Café e Laranja
30ml de Cynar
30ml de Vermute
Gelo
CLIQUE AQUI PARA O MÉTODO DE PREPARO
De barista a bartender, conheça Chris Carijó
A estrela de nossa web série começou a dar os primeiros passos na coquetelaria aos 18 anos, quando teve a chance de participar de um projeto social da Diageo. Porém, logo nas primeiras aulas práticas, ele foi apresentado ao mundo dos cafés especiais e se apaixonou avassaladoramente.
Então, ele decidiu que seu lugar não seria no bar, mas sim, no balcão de uma cafeteria. “Fui trabalhar no Suplicy, que era a maior escola de baristas do Brasil na época. Ali eu virei barista de eventos, depois aprendi sobre a torra”, conta ele, brincando que já passou por todas as áreas do mundo do café. “Prestei consultoria, trabalhei com máquina de café, dei treinamentos.”
Mas foi quando trabalhou no Basilicata que ele teve a oportunidade de misturar café e álcool pela primeira vez. Vale dizer que, a essa altura, o café já dividia espaço no coração de Chris com outra bebida. “Comecei a colecionar cachaça, virei diretor da Confraria Paulista da Cachaça e foi quando passei a ter contato com outros bartenders.” Ao sair do Basilicata, ele teve certeza: depois de 8 anos como barista, era hora de voltar às origens e comandar o balcão de um bar.
“Acho que estamos no melhor momento para a coquetelaria. As pessoas pararam de separar o drinque de boteco, o das baladinhas e o do bar de coquetel. Estamos aprendendo a juntar isso e coquetéis como o chevette [antes coisa de boteco] estão começando a ganhar a cara da gastronomia”, destaca Chris.
Para quem quiser bater um bom papo e aprender mais ainda sobre mixologia com o Chris, o Belle Époque fica na Rua Mourato Coelho, 575, em Pinheiros. Ah, e um spoiler: tem carta de drinques nova chegando por lá.
Além das coqueteleiras
Mas nem só de coquetéis vive Chris Carijó. Fã antigo de stand up comedy, ele decidiu perder o medo e se jogar nesse – por enquanto – hobby. “Comecei a ver que muitos dos comediantes que eu admirava apanhavam no palco, erravam piadas e isso mostrou que estava tudo bem se eu também me desse mal”, diz.
Então, Chris começou a escrever os próprios roteiros e, agora, se apresenta uma vez por mês em um espaço para comediantes que estão no início da carreira. “É um hobby muito gostoso, que mistura diversão ao mesmo tempo em que é terapêutico”, conta em meio a risos ainda tímidos. Para quem quiser acompanhar, ele avisa: “me apresento toda primeira terça do mês, no Salamaleico Comedy [Rua Apeninos, 637, Liberdade, São Paulo].”
Gostou da web série, preparou um dos coquetéis ou foi visitar o Chris Carijó in loco? Então, não esqueça de postar a foto do seu drinque e nos marcar @feedmechannel
Quer aprender a receita original de Rabo de Galo? Clique aqui
Você gosta de Negroni?
O drink centenário continua popular. Falamos com Alê D’agostino que nos contou tudo sobre o Negroni. Clique aqui e confira!
Comments are closed