O mês de março é especial, nele celebramos o dia internacional das mulheres. Em tempos difíceis que passamos, precisamos destacar e apoiar todas aquelas que representam não apenas o sexo feminino, mas sim pessoas, que respeitam, que se dedicam, que ensinam e sabem cobrar e delegar, que são mães e ou empresárias, que amam e são amadas.
Destacamos aqui algumas mulheres sensacionais que com muita habilidade, perseverança, foco e uma energia descomunal, causam diariamente sensações de lembranças, aconchego e prazer em centenas de pessoas que passam por seus restaurantes na cidade de São Paulo. Elas são protagonistas de suas cozinhas e inspiram jovens mulheres que querem igualdade e respeito na cozinha profissional.
Renata Vanzetto
A jovem e chef Renata Vanzetto tem um rico currículo de realizações, ela comanda um grupo composto pelo bar MeGusta, o recém-inaugurado Mé Taberna, está à frente da lanchonete Matilda Lanches, o restaurante Muquifo que recria receitas de família e o restaurante autoral da chef, o Ema.
Destacamos o Ema onde atrás de sua bancada a chef Renata Vanzetto faz testes culinários e comanda menus degustação. A casa tem um extenso balcão que abraça a cozinha e permite aos cozinheiros interagirem com o salão. O EMA, nasceu com uma proposta de mudança e por isso oferece menus diferentes semana a semana. Recentemente, a casa e a chef Renata Vanzetto receberam o reconhecimento de Jovem Talento pelo prêmio francês La Liste.
Tatiana Bassi
Tatiana Bassi tem o DNA e sobrenome daquele que além de pai foi seu professor. Mas foi após se assumir como autêntica“braseira”e empresária Tatiana criou o “Meet & Grill Tati Bassi”, um encontro para até 50 pessoas que nasceu com a ideia original de quebrar o tabu de que churrasco é assunto somente para homens.
Tatiana prepara no workshop tudo sobre a brasa da churrasqueira, dos petiscos aos acompanhamentos, carnes nobres e até a sobremesa, uma demonstração de técnica e domínio do fogo.
O evento no Templo da Carne fez tanto sucesso que hoje em dia homens são também aceitos nas inscrições, o objetivo da quebra do tabu foi conquistado e Tatiana é sem dúvida uma das grandes responsáveis por este movimento que hoje permite e reconhece o espaço da mulher na churrasqueira, em açougues, frigoríficos, na criação do gado e em todos os departamentos relativos à pecuária.
Giovanna Grossi
Selecionada aos 23 anos de idade, ao Bocuse d’Or, principal concurso gastronômico internacional para jovens chefs, Giovanna venceu a etapa brasileira e a latino-americana, no México, e, em 2017, foi a primeira mulher brasileira a chegar às finais mundiais do evento em Lyon.
O ineditismo se repetiu recentemente quando, a convite de Laurent Suaudeau, foi a única jurada dessa Copa. Atualmente, a chef comanda a Academia Brasil d’Or (organização sem fins lucrativos que ela mesma criou para divulgar nossa cozinha e formar times de competição para o Bocuse d’Or) e agora, começa a trilhar o caminho de cozinheira com casa própria o Animus, um restaurante autoral onde a chef oferece uma experiência completa, com aroma, visual e muito sabor.
As receitas de inspiração artística, levam ingredientes em seu ápice, um altíssimo rigor técnico e uma apresentação graciosa em todos os pratos.
Janaina Rueda
Além de uma chef de cozinha incrível, Janaína Rueda é responsável por um trabalho precursor, o movimento de revitalização do centro de São Paulo. Em 2008 ela inaugurou no Edifício Copan o Bar da Dona Onça, casa que inspirou diversos chefs de cozinha a apostarem em uma das regiões mais belas e esquecidas da cidade.
O projeto é tão real que, não por menos a família Rueda comanda quatro estabelecimentos na região central de São Paulo, o Hot Pork, a Sorveteria do Centro e A Casa do Porco completam a lista.
O Bar da Dona Onça é um reduto da boemia e da tradição paulistana, é o lugar onde se encontra as clássicas porções de boteco e pratos característicos da cozinha popular brasileira, atraindo gente de todos os cantos do país para provar as receitas de Janaina, que criou um cardápio inspirado em receitas de família com guisados caldosos, arrozes bem temperados e outros preparos que batem fundo na memória afetiva dos clientes.
Priscilla Herrera
A chef Priscilla Herrera é uma representante da mudança de consciência global em busca da redução do consumo descontrolado de proteína animal. Ela é responsável pela cozinha do Banana Verde, um restaurante de cozinha natural vegetariana e vegana que adquiri mais e mais adeptos que fazem fila todos os dias para provar as cobiçadas criações da chef.
Priscilla Herrera gosta de abusar dos sabores na comida que prepara e leva à mesa uma refeição natural, saborosa, muito bem temperada, feita com ingredientes frescos e com total respeito ao meio ambiente, priorizando os insumos em sua forma integral, aproveitando todo o frescor e nutrientes dos alimentos!
Dentro da cozinha a chef procura trabalhar com propostas responsáveis, considerando a importância do cultivo e produção de alimentos, o resultado dessa seleção minuciosa de produtores parceiros e colaboradores é o sabor, todos os pratos da casa transbordam amor.
Telma Shiraishi
Telma Shiraishi é um exemplo do empoderamento feminino. Durante muito tempo, difundiu-se a ideia de que as mulheres não poderiam estar à frente das cozinhas japonesas. A explicação tradicional sempre foi que suas mãos seriam mais quentes do que as dos homens, o que poderia interferir no sabor e preparo das comidas, principalmente os sushis e sashimis. Telma Shiraishi quebrou esse tabu, conquistou o paladar da crítica especializada e principalmente o respeito de toda comunidade japonesa.
Hoje a chef, está à frente da cozinha do Consulado do Japão em São Paulo e recebeu o título de Embaixadora para Difusão da Cultura e Culinária Japonesa, concedido pelo governo japonês. Telma é a primeira profissional brasileira e uma das raras mulheres no mundo a receber a honraria.
Seu restaurante Aizomê, destaca-se como símbolo da culinária nipônica na capital paulista. O menu criado por Telma é idealizado com ingredientes do campo e do mar. O toque autoral da chef aliado ao total conhecimento da técnica da culinária japonesa respeitam sempre a sazonalidade dos ingredientes e as estações. Uma demonstração de carinho às tradições e aos alimentos. Conheça uma receita deliciosa da Chef Telma aqui no link
Helena Rizzo
Premiada internacionalmente, a cozinha de Helena Rizzo é sempre destaque em guias renomados de restaurantes não apenas do Brasil mas de todo o mundo. Helena Rizzo recebeu em 2013 o prêmio Veuve Clicquot de melhor chef mulher das Américas e, em abril de 2014, o de melhor chef mulher do mundo.
Helena, desenvolveu uma cozinha contemporânea preparada com ingredientes da cultura brasileira, com a filosofia de servir os alimentos mais frescos, sempre orgânicos e produzidos por pequenos produtores, numa experiência que combinasse técnica e memória afetiva em um ambiente que busca a simplicidade e aconchego.
O Maní, a casa principal do grupo que detém ainda o Manioca e a Padoca Maní, tem entre seus pratos icônicos o nhoque de mandioquinha com “dashi” de tucupi; “o ovo” (cozido em baixa temperatura, acompanhado de espuma de pupunha) e a sobremesa “da lama ao caos”.
Vale lembrar que a pequena lista é a representação de todas, mulheres, fortes e corajosas, que rompem o preconceito e mostram seu valor, aquelas que merecem o respeito, a igualdade e os aplausos, por transformarem alimentos em amor pleno.
Essas mulheres representam não apenas o sexo feminino na cozinha, elas representam a força de um país inteiro, que é feliz por poder se orgulhar de suas filhas.
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